sábado, 8 de setembro de 2007

Inter joga muito e bate um Fla atrapalhado


Na tarde em que o Inter voltou a jogar o que sabe e o Flamengo esqueceu o pouco que tinha aprendido, nada mais natural do que vitória colorada por 3 a 0, no retorno de Fernandão. Foi o fim da urucubaca carioca no Beira-Rio. Antes, Botafogo, Vasco e Fluminense haviam derrubado o campeão do mundo dentro de casa.
Os três pontos dão novo fôlego para o Inter no Brasileirão. O Colorado subiu para 35, um pouco mais perto da zona de classificação para a Libertadores. O Flamengo, estacionado em 29, fica ainda mais preocupado com a possibilidade de rebaixamento. Se o Paraná vencer o Corinthians neste domingo, em Curitiba, e o Atlético-PR não perder por dois ou mais gols para o Fluminense, no Rio, o Rubro-Negro voltará para a zona do rebaixamento. Os cariocas voltam a campo na quarta-feira, no Maracanã, contra o Cruzeiro. Os gaúchos, no domingo, têm Gre-Nal no Olímpico.
Carregando uma preguiça incompatível com uma equipe ameaçada de rebaixamento, o Flamengo foi amassado pelo Inter no primeiro tempo. Simplesmente não jogou. Atrapalhado em campo e dono de uma pobreza técnica constrangedora, o time de Joel Santana passou o tempo todo assistindo ao toque de bola colorado. E foi uma grande atuação dos vermelhos. O Inter apresentou uma imposição há tempos ausente no Beira-Rio. Gil, o estreante da tarde, incomodou na ponta esquerda. Wellington Monteiro esteve em vários lugares ao mesmo tempo. E Roger jogou demais. O Roger do Inter, porque o do Flamengo só conseguiu arrancar risadas dos torcedores com uma coleção sem fim de erros.

O primeiro lance de algum perigo, é bem verdade, foi rubro-negro. Aos dez minutos, Ronaldo Angelim arriscou da intermediária. Clemer voou na bola e encaixou bonito. E foi só. A partir daí, foi Inter e mais Inter.

Wellington Monteiro, na seqüência, poderia ter aberto o placar para o time do Abelão, mas o cabeceio foi fraco demais. Sem problema. Aos 20, ele foi presenteado pelo Flamengo com nova oportunidade. Leo Moura, no lado direito defensivo, resolveu passar a bola para Leo Medeiros, que estava de costas. O meia não entendeu nada. Sequer viu a bola. O Roger colorado, esperto, roubou e logo tocou para Gil, que encontrou Wellington Monteiro dentro da área. O chute saiu cruzado, certeiro: 1 a 0.

O gol não diminuiu o ímpeto do campeão do mundo, ciente de que estava diante de um oponente fragilizado – em parte, por causa da saída de Ibson, lesionado, logo no início do jogo. O Inter passou o resto do período circulando a área carioca. Aos 42, Monteiro tomou a bola de Roger e mandou o chute. Bruno espalmou. Logo depois, Sidnei acertou uma patada, de primeira, dentro da área. O goleiro fez novo milagre, e Magrão, no rebote, perdeu o gol mais feito da vida dele.

A decepção durou pouco. Dois minutos depois, Gil alçou a bola do lado esquerdo. Ela foi parar do outro lado, com Roger. O menino ensaiou a finta e mandou o chute em diagonal, sem chances para Bruno: 2 a 0.


Indignado com o rendimento do time, Joel Santana tirou Roger e colocou o volante Jaílton. Ele queria um Flamengo mais competitivo. Ou, como ele mesmo disse, mais parecido com o Inter. Do outro lado, Fernandão foi o extremo oposto de Roger. Quando ele pisou no gramado para entrar no lugar de Gil, a torcida comemorou como se fosse um gol.

De início, o capitão deixou o Inter ainda mais inspirado. Aos cinco minutos, Índio partiu em disparada pela direita e cruzou. Os dois zagueiros do Flamengo foram na direção de Fernandão, e Adriano ficou livre para dominar, pensar e chutar para fora. Na seqüência, o mesmo Adriano perdeu novo gol incrível, após receber lançamento impressionante de Fernandão.

Aos poucos, o Inter começou a relaxar, e o Flamengo, bem mais sólido, cresceu muito na parada. Souza e Fábio Luciano perderam gols na cara de Clemer. O centroavante teve outros dois bons lances: aos 14, em chute cruzado que bateu em Sidnei, e aos 24, em pancada que acertou o poste esquerdo de Clemer.
Mas não teve jeito. Conforme o tempo passava, diminuía a força rubro-negra. E o Inter, com os três pontos garantidos dentro do bolso, tocou a bola e ainda teve tempo de marcar mais um no fim, com Élder Granja escorando cruzamento da esquerda.


Nenhum comentário: